terça-feira, 10 de abril de 2012

A expansão do conhecimento para além do campo de atuação docente

Este artigo tem por objetivo discutir a importância da formação continuada de professores, agregando novos campos de conhecimentos que passaram a contribuir com atuação docente em sala de aula. Conceitos, conteúdos e conhecimentos que contribuam com os professores para que eles possam entender melhor seus alunos, em seus aspectos: biológicos, psicológicos e neurológicos de maneira que possibilite ações diversificadas, principalmente sobre o objetivo maior da educação, que seria a aprendizagem de todos os alunos.
A motivação para a busca de ampliação do conhecimento pode ser respaldada na análise atual da sociedade globalizada em que vivemos, pois todos os conhecimentos estão interligados, de acordo com suas respectivas áreas como: Saúde, Educação, Assistência Social, Economia, dentre outras que acabam percebendo a necessidade de comunicação entre si, para realização de um trabalho mais eficaz. Portanto, conhecer melhor outros campos de atuação, por exemplo, os ligados à área da medicina e da saúde, como a neurologia, que atualmente tem se comunicado de maneira bastante competente com educação, emergindo estudos denominados de Neuroaprendizagem, Neuropedagogia ou Neurociência.
Neste sentido a preocupação com a formação de professores, principalmente continuada, não é recente. Várias discussões em torno desse tema têm sido fomentadas por organismos nacionais e internacionais e não são poucos os esforços para uma renovação pedagógica por parte dos sistemas de ensino para esse fim (CANDAU, 1996) .

Gerando novas discussões sobre a formação de professores, estabelecendo que os egressos de cursos de formação tivessem como “missão” formarem um cidadão que a sociedade discutiu e almejou a partir da promulgação da LDB.
Diante desse cenário transitório, entre debates, conquistas e alguns retrocessos, que demanda ações que visam atender várias necessidades, entre elas estabelecer ações de formação continuada para seus professores. E para que tudo isso seja alcançado, há a necessidade dos cursos de formação continuada dos professores atenderem as dimensões de domínio desses profissionais sobre as características específicas da sua atuação docente e certa “sensibilidade profissional” sobre as ações necessárias para que se consiga chegar ao objetivo traçado em cada escola.
Portanto diante disso, destacar a importância dos estudos sobre neurociência na aprendizagem e na educação, partindo do pressuposto que conhecer o cérebro do estudante, do aluno com quem se trabalha, não é a mesma coisa do que saber qual é a melhor maneira de ajudar os alunos a aprender.
Assim como afirma Inácio (2008) que diz: “O aprender e o lembrar do estudante ocorre no seu cérebro. Conhecer como o cérebro funciona não é a mesma coisa do que saber qual é a melhor maneira de ajudar os alunos a aprender. A aprendizagem e a educação estão intimamente ligadas ao desenvolvimento do cérebro, o qual é moldável aos estímulos do ambiente.”
Sabemos que uma educação significativa parte da experiência, do mundo de conhecimento do educando, do seu meio sociocultural e o torna agente de transformação da sociedade em que está inserido. E tudo isso acontece, conforme afirma Pascarelli Filho (2012) , quando “...há comprometimento, boa vontade e honestidade”.
Entender as contribuições da Neurociência para a educação é entender que as funções cerebrais são funções plásticas, ou seja, elas podem ser alteradas, adaptadas, transformadas em sua capacidade. Diante dessas contribuições um novo paradigma educacional se estabelece: Se o cérebro é a sede das transformações para a aprendizagem cabe ao docente conhece-lo.
A maioria dos professores, principalmente de educação básica, talvez se pergunte ou até mesmo se amedrontem diante desse novo paradigma, por acreditar na sua complexidade. Mas é importante salientar que conhecimentos como esse podem parecer complexos até mesmo para quem está mais diretamente ligado a estudos das áreas de saúde e medicina. Porém, cursos estão sendo oferecidos para professores, no sentido de dirigir esta linguagem, mais técnica ou científica, para esses profissionais acostumados com a linguagem da sua área de atuação.
Nesse sentido, o primeiro passo dos profissionais da educação deva ser o interesse. Interesse que primeiro deve ser o de conhecer o cérebro humano e suas diversas funcionalidades, ações, estímulos e capacidades; e segundo o interesse em agir de maneira positiva sobre a sua profissão buscando, incessantemente, por conhecimentos que o auxiliem nos desafios frente às questões educacionais. Independente de onde venham esses conhecimentos necessários, de que área, em que tipo de linguagem serão abordados e principalmente acreditando que nenhum conhecimento, que esteja hoje posto em nossa sociedade, está distante o bastante da vontade que temos de aprender a ensinar e ensinar a aprender.